Eu vejo com meus olhinhos...

Abro a janela do quarto e contemplo

a bela paisagem que tenho 

Meu prédio junto às outras casas

Todos unidos, mas segregados


Olho a rua paralela e me pergunto

porque nunca andei por lá

Nunca sei se é a sem saída

ou outra que nunca ouvi falar


É estranho ver o quarteirão vazio...

Mora tanta gente por aqui!

Só na minha rua devem morar

por volta de duzentos

Será que o pessoal não sai pra passear?


Vejo as luzes das casas e dos apartamentos acesas

Quase consigo ver onde moram por dentro,

 como se morasse lá também

Todos unidos, mas tão segregados


Moro no mesmo prédio há 10 anos, 

mas conheço ninguém

Não sei quem é daqui, quem não é

São todos estranhos, de passagem


Eu me pergunto se os outros 

fazem isso também

de ficar olhando pra casa dos outros, 

ou se sou só eu

Bem, só sei que quando faço, não vejo

 ninguém nas janelas


Um carro preto passa na rua de trás, que

 agora é a da frente

Dá pra ver que é uma ladeira

Porque será que nunca andei por lá?


Agora vejo alguém de capacete,

subindo numa moto

Zummmm

foi embora

antes que tentasse adivinhar seu nome


Lá no início dessa ladeira

tem uma cancela

Sempre tem um moço lá numa casinha

monitorando quem entra e quem sai


A rua é pública, meu povo!

É o que dá vontade de falar

Mas acho que não conseguem entender

Se não, aquela casinha não estaria lá


Pensando bem, acho que ja entrei nessa rua

Mas foi de ônibus, há muito tempo, estava

 voltando da escola

A menina morava numa casa verde

Será que ainda mora lá?


Porém, meu desejo agora é 

passar de novo nessa rua, a pé

A ladeira fechada por fora, sem saída 

que, por algum motivo, me instiga a

descobrir como atualmente é




Bom dia pra vocês, 

FCC



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